Olá, pessoas! Como vão vocês? Bem? Mal? Mais ou menos? Eu tô legal, mesmo quando eu não tô legal eu digo que estou porque dizem que a gente atrai aquilo que pensa e fala né? Então, tô bem pra caramba! Espero que vcs também estejam! Então, bora para mais um texto aqui no blogue?

Esses dias eu estava rodando pelas internets da vida, lendo notícias e checando minhas redes sociais e me deparei com diversos influenciadores de diabetes que eu sigo reclamando que tá rolando uma coisa bem chata nas Redes Sociais e no mundo real também… um monte de gente, reclamando de ter que “assistir ao diabético aplicar insulina em público”. Eu lembro que há uns anos, rolou a mesma coisa, o mesmo naipe de reclamações, mas referente à mulheres amamentando seus filhos.E eu me pergunto… o que há de errado com a sociedade atual?

O que está rolando dentro das pessoas que, atos que não tem nada a ver com elas e que não são, de forma nenhuma ofensivos, estão as incomodando tanto? Tipo, as crianças não podem comer? As mães não podem amamentar os seus filhos? Os diabéticos não podem viver? A sociedade tá muito maluca mesmo…

Aí teve todo um movimento nas Redes Sociais, de diabéticos aplicando a insulina em público, na balada, no restaurante, na praia… e a reação das pessoas. E as reações são sempre as mesmas, de horror, de curiosidade, expressões de agonia. Eu já passei, e passo sempre por momentos assim na vida desde que eu fui diagnosticada com o diabetes.

Eu me lembro que no começo da doença, lá nos finados 2008, eu acabei criando o hábito de, se eu chegava num lugar público, numa festa, num restaurante, mesmo no trabalho que toda a vez que eu precisava, medir a glicemia e aplicar a insulina eu ia para o banheiro… meio que me esconder. Nem era vergonha nem nada… Era aquela coisa de… ai, as pessoas se incomodam com o sangue, as pessoas se incomodam com a agulha, as pessoas se incomodam com isso e com aquilo… Eu n’ao queria incomodar sequer minha família. Porque toda vez que eu ia, medir a glicemia, aplicar a insulina, meu pai fazia careta, meu irmão que morre de medo de agulha também, minha mãe ficava fazendo cara de dó porque eu tinha que ficar me furando a todo o instante.

Até o dia que eu parei para pensar… e caraca… eu tô fazendo toda essa ginástica para não incomodar os outros? E o meu incômodo ninguém leva em consideração? Porque vamos e convenhamos, vc ter que furar o dedo, medir a glicemia, fazer o cálculo dos carboidratos que vc vai comer, aplicar a quantidade de insulina certa para aquela quantidade de carboidratos, de vez em quando tem que recontar e recalcular e aplicar ainda mais insulina se vc comer algo a mais… é chato pra caralho. É incômodo para caralho. Aí eu vou ter que adicionar a isso a questão de ter que ir ao banheiro e fazer tudo isso escondido para não incomodar o outro? Não né?

E outra coisa… vc esconder esse seu ritual de cuidado com a sua saúde acaba por não normalizar as coisas para quem convive com vc todos os dias. Quando eu era criança eu convivia com um monte de gente que tinha diabetes, mas eu não me lembro de ver essas pessoas cuidando do diabetes. Justamente porque essas pessoas tinham este comportamento secretivo, eles tomavam a insulina, os remédios… escondidos num cantinho.

Quando eu comecei a normalizar a questão de fazer o teste, de fazer a contagem de carboidratos, de aplicar a insulina, de explicar para a pessoa que está dividindo o almoço comigo que se eu comer menos batata-frita do que eu tinha calculado nessa contagem antes de aplicar a insulina eu posso passar mal… eu percebi que as pessoas estavam, meio que na marra, aprendendo a lidar com o diabetes com mais normalidade. Não é mais uma coisa do outro mundo para meu pai e meus irmãos me verem, na mesa do jantar, no restaurante fazendo todo este meu ritual.

Casos curiosos… olha o que aconteceu comigo uma vez… que tem a ver com o desconhecimento das pessoas sobre o diabetes. Uma vez eu estava almoçando no refeitório do trabalho, e eu fiz toda a rotinha… Eu pedi o almoço, sentei, medi a glicemia, calculei o que eu ia comer, o que estava lá no meu marmitex, e apliquei a insulina baseada naquela quantidade de comida. E geralmente a gente faz esse calculo, aplica a insulina e espera uns 15 minutos, até a insulina começar a fazer efeito para começar a comer.

Nesse meio tempo, entra um amigo meu no refeitório… e pega meu pacotinho de batata-frita e sai correndo, comendo… sério, ele furtou minha batata-frita e foi embora. Brincadeira claro, ele não fez por mal… mas por conta de 100g de batata-frita eu desmaiei depois. Porque eu comi menos carboidratos do que eu tinha calculado quando eu apliquei a insulina. Ele ficou desesperado, saiu correndo para comprar uma latinha de coca-cola pra mim e tal… mas o mal já tinha sido feito, eu fui parar no hospital.

Então, nesse episódio, eu aprendi que as pessoas que convivem comigo precisam saber o porque de eu fazer as coisas que eu faço. As pessoas que me amam, precisam, quer elas queiram ou não aprender como lidar, no dia a dia com um diabético. E encarar isso como uma coisa normal da vida. Pouco a pouco isso vem acontecendo, meus irmãos estão deixando de fazer careta quando eu aplico a insulina em mim mesma hahahaha.

Vou terminando este post por aqui, espero que vcs tenham curtido e espero ver vcs no próximo texto! Se vc curtiu o texto clique aí na estrelinha, compartilhe com seus amigos e se vc também tem um blogue, deixa aí embaixo nos comentários que eu adoraria conhecer o blogue de vcs!

Abraços, Shao!